domingo, julho 06, 2008

Lisboa: Baixa e Restauradores












1. O Elevador de Santa Justa é uma obra de arte concebida por um aprendiz de Gustave Eiffel e liga a Baixa ao Bairro Alto.Abriu em 1902, altura em que funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia eléctrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. Feito inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine (existem duas). Em design neogótico romântico, este elevador é definitivamente algo que você não pode perder!


2. No centro da praça, ergue-se a estátua de D. Pedro IV, primeiro imperador do Brasil independente. Na sua base, as quatro figuras femininas são alegorias à Justiça, à Sabedoria, à Força e à Moderação, qualidades atribuídas ao Rei-Soldado.
Criou-se uma lenda urbana de que a referida estátua de D. Pedro IV na verdade teria sido, originalmente, concebida para o imperador Maximiliano do México. Como o imperador mexicano foi fuzilado em 1867, pouco antes da estátua ter sido finalizada para o envio, prontamente foi essa reaproveitada para o projecto de revitalização do Rossio, o que explicaria as semelhanças entre ambos os monarcas. Vários estudiosos, como o historiador José Augusto França em A arte em Portugal no século XIX, já se demonstravam contra essa teoria, visto que a peça apresenta claros sinais de se tratar duma figura nacional portuguesa: os escudos nos botões, o colar da Torre e Espada e a Carta Constitucional. Recentes descobertas na base da estátua em meados de 2001, durante obras de restauro, reafirmam tratar-se da figura de D. Pedro IV: dois frascos de vinte centímetros cada, contendo documentos e uma fotografia revelada em albumina que estão a ser analisados pelo Instituto Português de Conservação.


3. O Teatro Nacional abriu as suas portas a 13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27 aniversário de Maria II (1819-1853), passando por isso a exibir o seu nome na designação oficial. Na inauguração, foi apresentado o drama histórico em cinco actos O Magriço e os Doze de Inglaterra, original de Jacinto Aguiar de Loureiro.


4. O rei D.José I nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1714, filho de D.João V e de D.Mariana, arquiduquesa da Aústria e faleceu em 1777. Subiu ao trono em 1750, mas o seu governo foi exercido pela figura do seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal. Figura cuja acção governativa foi muito apagada, só imortalizado nesta estátua equestre da autoria de Machado de castro, inaugurada em Junho de1775. no inacabado Terreiro do Paço. Este conjunto escultórico está localizado no centro da Praça do Comércio. Na parte superior está o rei D.José I a cavalo, a olhar para o Tejo, um elegante e harmonioso conjunto, pela elegância do cavalo e o porte do cavaleiro, que a classifica como uma das mais belas da Europa. O pedestal, feito em pedra de lioz de Pêro Pinheiro, contém dois grupos alegóricos: o Triunfo e a Fama. Na face voltada para o arco da Rua Augusta, está uma alegoria em baixo relevo que representa a generosidade e o empenho do monarca na reconstrução da cidade destruída com o terramoto em 1755.Na frente do monumento estão as armas reais e a efígie do marquês, retirada após a queda do Marquês em 1777, depois reposta em 1833.


5. Autêntico ex-libris da cidade de Lisboa, o Arco da Rua Augusta condiz inteiramente com a monumentalidade da Praça do Comércio. Começou a ser programado quando, após o Terramoto de 1755, se iniciou a reconstrução da cidade. Só em 1873 se finalizou a sua construção e para ela se conjugaram desenhos e esculturas de vários artistas. Após alguma polémica académica foram escolhidas da História de Portugal para as figuras laterais, Viriato, Vasco da Gama, Nuno Álvares Pereira e Marquês de Pombal, ladeadas pelas alegorias dos rios Tejo e Douro, esculpidas por Vitor Bastos.